A informação consta do boletim Indústria Brasileira em Foco, elaborado pela Unidade de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O gerente-executivo da Unidade, Flávio Castelo Branco (foto), explica que o BNDES se destaca por alguns motivos, entre eles, o de ter sido o escolhido para colocar em prática medidas anti-crise.
“Várias das medidas, principalmente pelo lado do financiamento, se concentraram no BNDES como agente. O banco teve seus recursos aumentados, houve capitalização por parte do tesouro nacional e isso está se refletindo numa atuação mais ativa.”
O que acelerou o ritmo de aumento dos empréstimos do BNDES foram os contratos com as indústrias. Nos 12 meses terminados em agosto, os novos empréstimos cresceram 53%, sendo que mais da metade deles foram para o setor industrial. O desempenho da indústria foi engordado pelo setor de química e petroquímica, que teve um crescimento de 381% nos financiamentos do BNDES.
“Há uma demanda. O setor produtivo, as indústrias estão reagindo a essa maior disponibilidade de recursos, mostrando apetite por crédito. Isso significa que estão pensando em se expandir e ampliar sua capacidade, o que é um bom sinal.”
O ritmo de crescimento dos empréstimos do BNDES ultrapassou o das demais instituições públicas, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. O estoque de financiamentos dessas instituições cresceu, em agosto ante o mesmo mês do ano passado, 39,9%.
A curva de crescimento dos financiamentos do BNDES é claramente ascendente, enquanto que a das instituições públicas não tem uma tendência clara. Há um ano, os empréstimos do BNDES cresciam ao ritmo de 21% ante um ano antes. O ritmo das instituições públicas estava no mesmo patamar atual, de 40%, mas chegou a 48,4% em janeiro deste ano para depois voltar.
Os bancos privados, por sua vez, têm uma curva descendente. Em agosto de 2008, o estoque de financiamentos desses bancos crescia ao ritmo de 32,5% ante o mesmo mês de 2007. Em agosto deste ano, continuou aumentando, mas a um ritmo inferior, de 8,3% sobre o mesmo mês do ano passado.
