Projetos da Petrobras e Vale, no Brasil, retomada de projetos de mineração no Chile, e instalação de novas indústrias na Colômbia, podem reativar o setor na América do Sul, avalia José Otávio Matiazzo, presidente da entidade organizadora do Brasil Automation ISA 2009
por AméricaEconomia.com.brSão Paulo. A automação industrial na América Latina, devido ao desenvolvimento econômico do Brasil, em primeiro plano, mas também da Colômbia e do Chile, tem tido um crescimento bastante significativo. Contudo, a crise refreou este avanço, principalmente nos mercados de metais (mineração e siderurgia) e papel e celulose, que em 2009 ficaram paralisados.
As grandes empresas multinacionais estão instaladas aqui no País e daqui, na maioria das vezes via escritórios locais, fornecem as soluções para as indústrias. Observa-se que aos poucos os desenvolvedores de tecnologia, sejam americanos, europeus ou asiáticos, começam a entender que as “caixas pretas” não são mais aceitas. De seu lado, os clientes, cada vez mais, querem menos dependência de acompanhamento desses fornecedores.
Uma das companhias precursoras desse tipo de exigência foi a Petrobras. A fabricação, devido à economia de escala, na maioria das vezes é inviável e, por este motivo, a estatal aceita itens importados. Mas, o conhecimento da tecnologia, essencialmente a integração/engenharia e o pós-venda/manutenção, têm que ser realizados localmente, sem qualquer dependência da matriz. E isto tem feito o conhecimento local crescer de forma considerável.
No entanto, em 2009 esse desenvolvimento tecnológico ficou estagnado devido à crise econômica mundial. Espera-se que em 2010 os países sul-americanos – que sentiram menos a crise do que os europeus, os asiáticos e os EUA – voltem a acelerar seus projetos. A Petrobras, por meio de seus diversos projetos (pré-Sal, refinarias, etc.), as várias indústrias em implantação e modernização na Colômbia, a retomada dos projetos em mineração do Chile, o reaquecimento da gigante brasileira Vale, além de muitos outros, são a esperança para reativar o mercado de automação industrial na América do Sul.
É bom frisar que, no início da crise, as empresas de automação industrial estavam com as fábricas cheias, fato que não afetou o faturamento em 2009. No entanto, caso os projetos não sejam retomados, 2010 poderá ser um ano catastrófico. Só nos resta, no momento, torcer.
José Otávio Matiazzo, presidente da ISA Distrito 4, entidade organizadora do Brasil Automation ISA 2009, maior evento de automação da América Latina.