28/09/2010

Automotive Business

O Simea -Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva, realizado pela AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva nos dias 22 e 23 de setembro, levantou a discussão ambiental. O evento debateu como as novas normas e exigências de sustentabilidade têm moldado o avanço da indústria automotiva.

O presidente da entidade, José Edison Parro, afirmou em entrevista para Automotive Business que no Brasil o etanol deve ditar as regras por um bom tempo. “Com certeza continuaremos avançando com o combustível que deu certo na região. Podemos pensar no desenvolvimento local de veículos híbridos que utilizem álcool”, afirmou, dando pistas de para onde o setor automotivo nacional caminha a médio e longo prazo.

A expectativa em torno do combustível foi confirmada pelo diretor da Anp – Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Allan Kardec Duailibe. O executivo comentou que o etanol tem espaço garantido no Brasil e agora precisa criar condições para avançar como uma possível solução para outros países. “Cerca de 50% da nossa frota de veículos leves já é flex. Agora precisamos de força para mostrar que o etanol pode ser uma alternativa interessante para o mundo”, defende.

Duailibe conta que o Brasil já sai na frente na busca de uma fonte energética mais sustentável para os veículos. Enquanto 46% dos combustíveis são renováveis no País, a média para o resto do globo é de apenas 12%. Com uma agenda mundial de severas reduções nas emissões de gases do efeito estufa até 2030, o diretor acredita que este é o momento ideal para que o etanol ganhe participação.

A Cetesb, Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, aponta que as normas mais rígidas devem impulsionar o avanço tecnológico. “As legislações que determinam limites de emissões no Brasil só trouxeram benefícios. Isso inclui o desenvolvimento de mecanismos para tornar os veículos menos poluentes”, destaca Olimpio Alvares Júnior, responsável pela área de monitoramento das emissões de veículos diesel.

Um exemplo disso é o dado fornecido por Kurt Engeljehringer, gerente de emissões da AVL. Segundo ele, o volume de poluentes emitidos pela frota mundial está no mesmo nível do registrado em 1955, quando o número de veículos era bem menor. (Automotive Business/Giovanna Riato)